sexta-feira, 27 de abril de 2012

Breves perspectivas históricas - por Antonio Vargas

Prezados

Como muitos sabem, não sou somente atleta, colecionador e simpatizante da modalidade futebol de mesa.
Como poucos sabem, trabalho em lides esportivas como psicólogo pois esta é minha formação.

Fico feliz com a solicitação do blog para escrever-lhes sob algumas considerações sobre a modalidade.
Antonio Vargas
A história do futebol de botão, atualmente conhecido como futebol de mesa, possui várias versões que procuram explicar a sua origem. Entretanto, a única certeza que temos é trata-se de um esporte genuinamente brasileiro, oriundo da década de 1920. Ataulfo Alves, em 1957, com os 48 anos, compôs a música “Meus tempos de criança” onde em um de seus versos há a seguinte expressão “Jogo de botões sobre a calçada”, o que nos leva a crer que esta modalidade realmente data da época citada.

Os primeiros botões que eram utilizados para a prática eram do material celotex. O nome deste material deu a origem ao nome da primeira regra de futebol de mesa. A regra foi escrita pelo carioca, que residia em São Paulo, Geraldo D’Courte junto a Getúlio Reis de Faria.

O futebol de botão até então era uma brincadeira que não tinha idade específica. Crianças, adolescentes e adultos jogavam despertando o lado lúdico provocado pela narração dos jogos do rádio e pela ascensão do futebol brasileiro nas conquistas dos títulos da Copa do Mundo de 1958, 1962 e 1970.



Encontrava-se botões sendo vendidos em papelarias, lojas de material esportivo, lojas de departamentos, bancas de jornal e etc. O futebol de mesa teve um papel socializante importante nas gerações até o fim dos anos 1990. Era comum em cada estado, bairro, esquina, em praça, vilas ou afins, ver as mesas de botões com pessoas jogando, montando campeonatos regido por regras próprias. Para muitos praticantes antigos, é neste tocante que está a maior beleza e magia do futebol de mesa; o que ajudou a atrair mais praticantes e, por conseguinte, aumentou a difusão pelo esporte no Brasil.
O futebol de mesa começou a enfrentar as primeiras dificuldades quando a antiga fábrica Bertisa teve que deixar de gravar os escudos dos times e confederações nos botões por determinação da C.B.F, por conta dos direitos de imagem dos clubes. Ou seja, fica um ponto de reflexão que a entidade maior do nosso futebol indo contra os fãs de futebol botão. Daí, a referida fábrica passou a fabricar os botões com a gravação de uma bolinha, o que chamamos no popular até hoje como bolinha de ouro.


Nos meados dos anos 90, com a evolução dos jogos eletrônicos, videogames e afins, a atenção começou a se desvirtuar e a tradição que era passada de pai para filho começou a ser quebrada e mudada.

O fato de haver várias regras atrapalhou o processo de reconhecimento da modalidade como esporte. Somente em 1988 o foi reconhecido com modalidade esportiva, por intermédio do Prof. Manoel Tubino quando presidia o extinto Conselho Nacional de Desportos (C.N.D).

Os segmentos/categorias reconhecidos foram disco 1 toque, bola 3 toques e bola 12 toques. Atualmente temos 5 modalidades na Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (C.B.F.M). Além das citadas, haviam duas regras em fase experimental, caminhando para o seu reconhecimento. A pastilha 8x2, que ainda está para ser reconhecida e, o dadinho 9x3 conquistou o oficialização da regra em 10 de dezembro de 2011.

Como em qualquer outra modalidade esportiva amadora, o futebol de mesa esbarra em dificuldades organizacionais. Porém, o que mais observamos, ao longo desses anos, é que o futebol de mesa é uma pratica individual e, com isso, torna-se um esporte de egos.

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