sexta-feira, 4 de maio de 2012

Um pouco de Análise Comportamental - por Antonio Vargas

Antonio Vargas
Um tema muito discutido no futebol de mesa é a concentração na hora do chute.
Observamos o seguinte fenômeno: ao errar o gol, o atleta atribui uma série de fatores como justificativa: mesa, dadinho, bainha e altura do botão, sorte/azar, calor, frio e etc.
Embora saibamos que as questões de materiais esportivos ás vezes possam influir nos resultados, é de se notar a baixa capacidade adaptativa do atleta ao equipamento e que não há uma padronização no que se refere a materiais a serem utilizados.
Por exemplo, podemos observar que não há um fornecedor único de traves, mesas e dados para clubes e federações todos esses materiais básicos obrigatórios para a realização dos jogos e torneios. Além disso, precisa-se melhorar o processo de fiscalização, regras e controle de qualidade para todas as variáveis que fazem parte da pratica do futebol de mesa.

Entretanto, as pessoas ainda não conseguem ver o futebol de mesa como uma prática de esporte de alto rendimento. Mesmo assim cobram-se alta perfomance o que torna-se um paradoxo. Para tal, o treinamento de habilidades motoras específicas e mental fazem-se necessárias para alcançar as metas desejadas.

Em primeiro lugar, os atletas precisam ter o conhecimento prévio da regra e, para tal indica-se estudá-la. Por exemplo, na modalidade dadinho, atleta tem até 6 segundos para efetuar o chute. Pergunto: quantos de vocês fazem isso? Quantos atletas preocupam-se em atentar-se ao movimento realizado com as mãos na execução com o chute e, atentar-se ao alvo a ser atingido? Muitas das vezes motivados pela ansiedade de virar um placar adverso e por estarem na adrenalina do jogo e desejarem liquidar a fatura, atletas perdem a concentração. 90% dos atletas não utilizam desse tempo que poderá precioso para o êxito. Os que demoram mais que 4 segundos são acusados de fazer cera ou catimbando o jogo. Contudo, todos nós sabemos que não utilizar esse tempo é aumentar a possibilidade de fracasso.

O atleta tem o direito de usar o que está escrito na regra para praticar o esporte de forma adequada e eficaz. As variáveis emocionais e humor do atleta são determinantes para o êxito e/ou fracasso da tarefa. Na minha visão profissional é a variável que mais interfere na qualidade psicomotora do movimento.

Segundo ponto importante é que a única na tarefa em questão é a qualidade do movimento da palheta sobre o botão, tendo em vista que o alvo (gol) e obstáculos (goleiro) são parados e que vaiáveis ambientais (vento, luz e som) não interferem no processo por ser um esporte de salão. Para a aquisição destas habilidades requer treinamento. Confunde-se carga horária de treinamento com qualidade de treinamento.

Portanto a concentração é uma arma fundamental para um melhor aprendizado nas sessões de treinamento, tanto nos treinamentos específicos quanto nos jogos treinos.

Sem mais a acrescentar por hora, agradeço a oportunidade de compartilhar um pouco dos conhecimentos adquiridos na minha profissão com os praticantes do futebol de mesa.
Antonio Vargas
























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